Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2019

Olhos no Boavista 0-1 FC Porto

Foi no domingo à noite que o derby aconteceu, onde o FC Porto visitou o terreno do Boavista, tendo vencido pela margem mínima, depois de um bom remate de Alex Telles à entrada de área ter batido nas redes da baliza defendida por Bracalli. Olhando para o jogo jogado, foi uma partida bastante física, com várias faltas e um futebol não muito bem jogado. Vários duelos físicos, procura pelas segundas bolas e pouco futebol de qualidade. No entanto, é preciso referir que estas características são comuns a ambas as equipas, pelo que o jogo de domingo não saiu muito daquilo que era expectável. Posto isto, passo a demonstrar alguns pormenores que achei por bem destacar: Posicionamento estratégico do Boavista:  Ficou bem explícito neste jogo a intenção de Lito Vidigal em anular ambos os médios mais centrais do FC Porto. Deste modo, o Boavista deixava os defesas centrais portistas ter bola, preferindo cobrir de perto os médios Danilo e Loum. Deste modo, o técnico axadrezado pretendia que o e

Um olhar sobre o Krasnodar 0-1 FC Porto

Foi uma bola parada que deu a vitória ao FC Porto no jogo de quarta-feira frente ao Krasnodar. Foi, como se vê na imagem, Sérgio Oliveira quem ao minuto 89 desbloqueou um jogo que parecia destinado ao empate. Contudo, apesar da vitória, não foi um bom jogo dos dragões. Sendo o primeiro jogo oficial, a equipa mostrou-se algo desconfortável com a manutenção da posse e no jogo apoiado, fazendo-se valer da agressividade e da disputa das segundas bolas. Numa partida com boa intensidade, não houve grande brilhantismo dos visitantes, que foram demonstrando algumas dificuldades em criar perigo na baliza contrária. Posto isto, decidi fazer uma análise a alguns momentos do jogo. Pressão do Krasnodar: Logo no primeiro minuto a equipa visitada demonstrou que não queria que o FC Porto tivesse bola. Assim, procurou condicionar de forma agressiva a primeira fase de construção, o que obrigou a equipa liderada por Sérgio Conceição a apostar nas bolas longas. Pressão do FC Porto:  Relativamente

Modelo de jogo vs Modelo de treino e o “passo seguinte”

Nuno Bastos orientou na última época a equipa de juvenis do Lusitânia Lourosa, tendo-se sagrado campeão da 1ª Divisão Distrital. Conta ainda com passagens por Fiães, U. Lamas, Sanjoanense, Feirense e Oliveirense. No total, alcançou 5 títulos distritais, tendo ainda disputado as competições nacionais em todos os escalões de formação em futebol de 11. Todos os treinadores idealizam um modo de jogar que lhes permitam ter sucesso. Esse idealizar requer ao treinador ter bem claro o que é o seu modelo de jogo e o modelo de treino para o poder operacionalizar. Por vezes, e essencialmente nas camadas jovens, vemos que esta dicotomia (modelo de jogo e de treino) não é coerente. Na minha opinião, e para além da qualidade dos jogadores, a forma como se treina em função do nosso jogar é a principal fonte diferenciadora dos nossos treinadores. De forma sucinta, modelo de jogo representa a forma como os jogadores estabelecem relações entre si e expressam a sua identidade, criando uma

Adaptação ao Contexto

Ricardo Afonso tem 20 anos. Iniciou-se como treinador adjunto nas equipas do Sport Clube Canidelo de sub 9 e sub 13. Passou ainda como adjunto dos seniores e juniores do Futebol Clube Perafita antes de se assumir como treinador principal de novo no Sport Clube Canidelo. Na última época, ingressou na Escola Academia Sporting de V.N.Gaia nas equipas de sub 9 e sub 13, tendo-se tornado campeão de futebol de 9 da Série 1 da AF Porto.  Hoje em dia todos os treinadores de formação devem e estão sujeitos a passar por diversos factores e contextos, muitos deles até adversos e de difícil adaptação. Na maior parte dos casos, o Treinador depara-se com alterações de ano para ano em questões de mudança de clube, mudança de divisão ou mudança de mentalidade, assim como também alterações físicas provenientes da puberdade. E a mudança de Futebol? A passagem do Futebol de 7 para o Futebol de 11? E a passagem de Futebol de 9 para o Futebol de 11? E a regressão do Treinador do Futebol de 1

Portugal sub-20 no Mundial: como foi?

A seleção portuguesa de sub-20 foi uma deceção no Mundial da sua categoria. Com uma vitória, um empate e uma derrota, os jovens portugueses não se conseguiram apurar para a próxima fase. Um plantel recheado de qualidade, que tinha tudo para ambicionar levantar o troféu, mas que assim viu-se obrigado a vir para casa mais cedo. Importa, assim, olhar um pouco para aquilo que se passou na Polónia, palco do Mundial de sub-20 deste ano. Circulação em U:  A circulação de Portugal era demasiado previsível. Haviam poucas movimentações a meio campo, o que obrigava os jogadores a circular a bola por fora, como se formassem um U. Por vezes, Miguel Luís ocupava a posição de Dalot, subindo este para a frente e passando Trincão para o meio. Contudo, apenas este mecanismo é demasiado escasso para uma equipa que procurava vencer a maioria dos jogos. Os jogadores adoptaram um posicionamento rígido, que os fez tomar várias vezes más decisões. A insistência em jogar nos corredores:  Foram vári

Resultados no processo de formação: Que importância?

André Teixeira está há 12 anos ligado à formação do Feirense como treinador. Atualmente nos iniciados, conta no seu currículo com os títulos de campeão distrital de sub-9, sub-10 e sub-11, para além de um campeonato e taça distrital em juvenis. A juntar aos títulos, tem algumas passagens à segunda fase de provas nacionais ao serviço de iniciados e juvenis do Feirense. Dentro de uma perspectiva social, todo o desenvolvimento de um atleta, treinador e pais mais otimistas pode ser afetado, de alguma forma, pela intrigante abordagem do futebol baseado em resultados e na sua importância no processo de formação. Para todos os jovens e futuros futebolistas, o desenvolvimento inicial é fundamental na busca pela excelência e na promoção das suas carreiras à medida que vão amadurecendo. Os alicerces que são estabelecidos em jovens futebolistas ainda em idade precoce afetam significativamente o seu futuro dentro do jogo, para além do seu possível futuro enquanto atletas profissionais.

A importância das ''bolas paradas'' no contexto de formação

Fábio Santos começou o seu percurso na formação do FC Pedroso, passando ainda pelos escalões jovens do FC Porto, onde chegou a ser coordenador da Dragon Force em Grijó e treinador no Canadá, antes de chegar aos Benjamins do SC Braga, cargo que atualmente ocupa. Nesta época, venceu a sua série de forma invicta. A importância que damos aos momentos do jogo e à forma como os queremos explorar revela muito do que é o nosso modelo de jogo. Desta forma é inegável que o 5º Sub-momento (chamadas “bolas paradas” ou esquemas táticos) terá de fazer parte desse mesmo modelo de jogo porque faz parte do mesmo. No entanto, na minha opinião, tudo depende da intencionalidade do treinador em abordar este momento do jogo e de o priorizar mais ou menos em relação a outros.  Sou da opinião de que tudo aquilo que remete para o modelo de jogo deve ser  priorizado e proporcionado, ou seja, priorizar desenvolver determinado momento do jogo e dentro dele princípios e sub- princípios subjacent

Ser ou não ser (Guardiola)? Eis a questão

Manuel Fonseca começou com 16 anos o seu trajeto como treinador ao serviço da Dragon Force do Grijó. No seu percurso, conta ainda com passagens pela Dragon Force no FC Porto e como adjunto dos séniores do Vilanovense FC. Atualmente, com 21 anos, é treinador dos sub-11 de uma das equipas do SC Braga. Desde Cruyff que o jogo se tornou mais que uma partida entre 2 equipas. Aprendemos com a turma Catalã, mais recentemente com Pep Guardiola, que o jogo romântico e  posicional torna o jogo mais belo, mais espetacular ou mais próximo do objetivo: a baliza (ou não). Mas é fundamental que percebamos o transfer que podemos tirar deste para a formação. Hoje em dia há uma moda exagerada do jogo a dois toques, muitas tabelas e rápida reação. Será isso benéfico para todas as equipas? Será que ao obrigarmos um jogador/equipa a jogar a 1/2 toques estamos a fazer com que pensem o jogo mais rápido, com que pensem o jogo melhor? Ou ao mesmo tempo estamos a torná-los previsíveis? “Robôs” frut

Análise à pesada derrota do FC Porto

Foi um resultado inglório aquele que o FC Porto conheceu na derrota frente ao Liverpool por 4-1, em jogo a contar para a 2ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Apesar dos números, estes não reflectem aquilo que se passou em campo. Foi uma partida muito dividida, onde ambas as equipas foram muita agressivas na pressão sobre os adversários mas que depois não decidiram bem quando tinham a posse de bola. Neste caso, foi claro que a qualidade individual dos jogadores fez a diferença. A equipa comandada por Sérgio Conceição teve várias hipótese de fazer golo, mas por algum pormenor ou má decisão a bola acabava por não entrar na baliza de Alisson. Já o Liverpool foi extremamente eficaz, tendo desperdiçado ainda a ocasião de Mané, que de baliza aberta atirou para fora. Contudo, não foram muitas mais as oportunidades que os ingleses tiveram de marcar a Casillas. Mas lá está, a qualidade individual faz a diferença. Em frente à baliza, não desperdiçaram. Não foram dominadores nem

Como jogou o Sporting com apenas 10 jogadores?

No sábado, disputou-se na Vila das Aves o encontro entre o Desportivo das Aves e o Sporting, com vitória para o conjunto visitante por 3-1. A particularidade deste jogo foi o facto de a equipa liderada por Keizer se ter visto privada de jogar com 11 jogadores numa fase muito precoce de jogo, visto que Renan recebeu ordem de expulsão ao minuto 5. Deste modo, achei interessante compreender de que forma o treinador holandês fez alinhar os seus jogadores no campo, sabendo que teria de disputar praticamente os 90 minutos em desvantagem numérica. Deste modo, passo a explicar alguns aspetos a considerar da exibição leonina. Organização ofensiva:  Com a saída de Jovane, Keizer decidiu colocar Bruno Fernandes no corredor esquerdo. Assim, no momento ofensivo, o Sporting posicionava-se numa espécie de 4-4-1, com Wendel a ser o jogador mais móvel no corredor central, enquanto que Gudelj jogava mais fixo, de modo a não descompensar a equipa caso houvesse uma perda de bola. Destaco sobretudo o

Individualidades do Sporting frente ao Portimonense

Relativamente ao jogo do Sporting contra ao Portimonense, que contou com uma exibição pouco consistente da equipa verde e branca, decidi fazer uma pequena compilação de alguns jogadores leoninos durante a partida de ontem. Curiosos para saber quem são? Passo a enumerar: Diaby, Mathieu, Ilori e Bruno Fernandes. Em relação a Diaby , quem me conhece já sabe o ódio de estimação que nutro por ele. Nem foi dos piores jogos, mas há momentos que me fazem questionar verdadeiramente como é possível Sousa Cintra ter gasto tanto dinheiro num jogador que não apresenta nada de especial, a não ser a sua velocidade, apesar da modalidade não ser atletismo. Eis a compilação: O segundo de quem falo é Mathieu . O francês regressou de lesão e decidiu demonstrar a sua qualidade com bola nesta partida, para além de ter várias vezes socorrido a defesa leonina. Neste vídeo, dois passes magistrais de um lado ao outro do campo, e ainda uma subida no terreno que demonstra bem as suas qualidades em co

Estou de volta, desta feita para analisar o FC Porto-SL Benfica

Após um tempo em que decidi, por opção, ausentar-me um pouco das análises, regresso com um texto sobre o jogo de ontem que se disputou no Estádio do Dragão e trouxe um novo líder, o Benfica, que venceu o Porto por 2-1. Penso que foi um jogo bem disputado, com duas equipas a procurarem o golo, pelo menos até à expulsão de Gabriel, e onde o regresso do Marega foi o principal destaque, tendo influência direta no jogo do Porto, mas já lá vamos. Importa referir que o Benfica foi forte na transição, sendo sobretudo Rafa um jogador imprescindível neste tipo de jogos graças à forma como consegue progredir com bola em velocidade. De um modo geral, não se pode considerar que nenhum jogador tenha feito uma má exibição, apesar de considerar que Marega deveria ter sido substituído devido ao enorme desgaste que acusava na parte final da partida. Posto isto, passemos aos vídeos. Há pouco tempo, escrevi no Twitter que Marega não era o melhor jogador do Porto, mas sim o mais influente,  e a prova

O papel do Treinador na (de) formação do jogador de futebol

Fábio Santos começou o seu percurso na formação do FC Pedroso, passando ainda pelos escalões jovens do FC Porto, onde chegou a ser coordenador da Dragon Force em Grijó e treinador no Canadá, antes de chegar aos Benjamins do SC Braga, cargo que atualmente ocupa. Formação, segundo o dicionário, é “dar forma” e, adaptando esse termo ao futebol, urge sintetizar/concretizar o que queremos formar: modelo de jogador. Que tipo de jogador preconizamos, que tipo de jogador seria para nós “perfeito” (se é que ele existe). Simplificando, não é mais do que definir um destino/meta à qual queremos chegar (será o jogador de futebol algo finito?) Essa definição de modelo de jogador deve de ter em atenção várias vertentes que o irão constituir como um todo.              Físico (dentro do que é controlável) – Capacidades condicionais e/ou coordenativas, podendo aqui ir pelo caminho daquilo que é o controlável (capacidades condicionais e coordenativas) e o incontrolável (maturação, desen