Nuno Bastos orientou na última época a equipa de juvenis do Lusitânia Lourosa, tendo-se sagrado campeão da 1ª Divisão Distrital. Conta ainda com passagens por Fiães, U. Lamas, Sanjoanense, Feirense e Oliveirense. No total, alcançou 5 títulos distritais, tendo ainda disputado as competições nacionais em todos os escalões de formação em futebol de 11.
Todos os treinadores idealizam um modo de jogar que lhes permitam ter sucesso. Esse idealizar requer ao treinador
ter bem claro o que é o seu modelo de jogo e o modelo de treino para o poder operacionalizar.
Por vezes, e essencialmente nas camadas jovens, vemos que esta dicotomia (modelo de jogo e de treino) não é coerente.
Na minha opinião, e para além da qualidade dos jogadores, a forma como se
treina em função do nosso jogar é a principal fonte diferenciadora dos nossos
treinadores.
De forma sucinta, modelo de jogo
representa a forma como os jogadores estabelecem relações entre si e expressam
a sua identidade, criando uma organização para cada momento do jogo. Permite
orientar o processo e progressão do treino para a conceção e operacionalização
de uma forma de jogar especifica. Mais
do que o sistema tático, o modelo de jogo permite criação de sinergias entre os
jogadores que irão direcionar as suas ações e interações.
Por sua vez, o modelo de treino
permite gerir e influenciar os jogadores na construção de uma determinada
maneira de jogar (modelo de jogo). O treino é o local onde o treinador
materializa a sua ideia e intenção e onde o atleta aprende o conteúdo do modelo
de jogo projetado para a sua equipa. Resumidamente, serve para influenciar uma
forma de jogar.
Somos inundados diariamente,
através das novas tecnologias, por centenas de exercícios de futebol. Cada qual
com o seu objetivo específico, mas que na maioria das situações não estão relacionados
com o nosso jogar. É fundamental o treinador saber triar esta informação e
adaptar/pensar/criar exercícios que estejam enquadrados e potencializadores do
nosso modelo. Vemos por esses campos fora, treinadores de futebol de 7 a fazerem
exercícios que se dedicam a seniores. Outro exemplo é vermos equipas a
treinarem durante toda a semana exercícios de posse de bola, pressing alto e
depois em contexto de jogo passam a maioria do tempo em bloco baixo e
procurarem situações de transições rápidas. Este é apenas um exemplo da
diferença do que se idealiza para o jogo e do que se preparou no treino para
enfrentar esse mesmo jogo.
Na maioria dos contextos de
sucesso desportivo, estas duas “forças” caminham lado a lado, tornando as
equipas mais fortes, preparando-as para o que se vai enfrentar na competição. E
é este caminhar junto que irá (e já está!!!) a diferenciar os treinadores.
O passo em frente, mas a falar em
outros contextos, outras estruturas e noutras capacidades (quer financeiras,
quer tecnológicas) para a referida diferenciação é a estratégia. Na observação
dos adversários, perceber os seus comportamentos chave e preparar o antídoto
durante a semana para desmontar o adversário. E provocar constrangimentos e
desconfortos onde o adversário sente maior dificuldade e evitar que crie
situações onde são fortes. Deixo o exemplo desta última parte, através de Paulo
Fonseca, na véspera de defrontar o Manchester City com o seu Shakthar (retirado
do blog lateral esquerdo).
Abraço. Sucessos desportivos.
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