Num jogo bastante atípico, onde na primeira parte ambas as equipas se viram a jogar com dez, a partida trouxe vários momentos que considerei pertinentes abordar nesta análise. Contudo, há que realçar, em termos individuais, alguns jogadores do Sporting. Primeiramente Paulinho, que foi bastante importante na forma como segurou e ligou o jogo leonino, tendo feito a assistência para o terceiro golo do Sporting.
Depois, a entrada de Nuno Santos, que fez duas posições numa (ala esquerdo e extremo esquerdo), e que ofereceu maior clareza ao Sporting tanto em termos ofensivos, como ajudou defensivamente.
Daniel Bragança merece também o meu destaque. É craque dos pés à cabeça, raramente erra e oferece uma qualidade de jogo que pedia mais minutos, não fosse Matheus Nunes um jogador em franca ascensão.
Uma nota também para Gonçalo Esteves. Contido na primeira parte, não procurando arriscar, cresceu na segunda parte, e no momento da sua saída, estava a demonstrar um aumento de confiança.
Abordadas as notas individuais, segue-se agora os excertos que decidi abordar.
Pressão do Gil Vicente quando jogava com 11: Quando o Gil Vicente estava com 11 jogadores em campo, ao pressionar a primeira fase de construção do Sporting, optou por pressionar com 2, sendo que um caía no central com bola, e o outro fechava em Coates, deixando o central do lado oposto livre. Esta forma de pressionar, que geralmente é utilizada pela equipa de Barcelos, faz com que, teoricamente, a equipa adversária tenha de jogar pelo corredor onde está a bola, uma vez que, ao fechar-se o central do meio, é difícil colocar a bola do lado contrário.
A linha defensiva do Gil Vicente com 10 jogadores: Sobretudo na primeira parte, enquanto o Sporting jogou com 11 e também por momentos com 10, o Gil Vicente optou por formar uma linha defensiva com 6 jogadores, deixando dois médios à sua frente, e o ponta de lança como jogador mais avançado. Geralmente Murillo, do lado direito, era quem formava a linha de 6 quando a bola se encontrava do seu lado. Quando o esférico se encontrava do lado oposto, o extremo ajudava a fechar um pouco mais dentro.
Matheus Nunes procura a profundidade: O médio do Sporting ajudou o lado esquerdo da sua equipa, provocando movimentos de rutura para destabilizar a defesa adversária. Não só contra 10, quando o Gil Vicente apresentou uma linha de 6, mas quando os leões também contavam com apenas uma dezena de jogadores, o médio internacional português procurou ferir a equipa de Barcelos tentando buscar o espaço nas costas dos defesas.
Paulinho mal colocado: O avançado português fez um grande jogo, não há dúvidas em relação a isso, como em cima referi. Contudo, falta-lhe aquele instinto de matador, que sabe sempre onde a bola vai cair e por isso se posiciona no sítio certo. Neste vídeo, vemos Paulinho numa posição onde praticamente é impossível marcar golo, ao segundo poste atrás de vários jogadores do Gil Vicente. São vários os momentos que, em situação de cruzamento, Paulinho não opta pelas melhores ações dentro de área. Não fosse esta falta de faro pelo golo, e o português seria um avançado capaz de ser convocado regularmente para a seleção.
Pressão do Sporting com 10 jogadores: Com a entrada de Nuno Santos para o corredor esquerdo, o Sporting voltou a colocar uma linha de 5. Com isto, a pressão que Rúben Amorim decidiu adotar está visível neste vídeo: Gonçalo Esteves e Nuno Santos encostavam nos laterais contrários quando a bola se encontrava no GR, deixando os centrais leoninos em situação de H-H com os avançados do Gil Vicente.
Pressão do Gil Vicente após sofrer os golos: Após sofrer dois golos, o Gil Vicente decidiu alterar a sua estratégia de pressão, e procurou recuperar a bola mais à frente. Neste vídeo, percebemos como: o ponta de lança procurava pressionar Coates, e depois quando a bola ia para Matheus Reis, Murillo saía do meio e ia pressionar, quando a bola caía em Gonçalo Inácio, era Pedrinho quem pressionava o defesa português, fechando Murillo o meio. Foi com estas permutas que o Gil Vicente tentou correr atrás do prejuízo.
Se Paulinho decide bem...: Na minha opinião, neste lance, Paulinho fez quase tudo bem. Mas se repararem com atenção, quando flete para dentro, conseguiu atrair o central do lado esquerdo do Gil Vicente consigo, e deixou imenso espaço para isolar Pedro Gonçalves, que aparecia em velocidade. Caso tivesse decidido pelo passe, teria colocado Pote na cara do golo.
A classe de Daniel Bragança: Estes três vídeos mostram a classe de Daniel Bragança, que faz questão de a mostrar jogo após jogo. No primeiro, a forma como recebe a bola e depois a transporta, fazendo o passe no momento certo para o jogador certo. No segundo, num lance de pressão na zona central do campo, coloca com categoria por cima do adversário. Por fim, o seu golo. Após bom trabalho de Paulinho, Daniel Bragança finaliza muito bem, colocando bem o pé na bola e fazendo um arco que a desvia do guarda-redes. Este miúdo é craque.
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