Avançar para o conteúdo principal

Organização Defensiva, por João Duarte


João Duarte é atualmente o treinador do FC Pampilhosa. Doutorado em Ciências do Desporto, passou na qualidade de treinador adjunto nos juniores e seniores do FC Pampilhosa, na Académica OAF sub-23, no Mortágua, Condeixa e Sourense. Como treinador principal, esteve nos juniores do Mortágua e do FC Pampilhosa. Esta época, estreou-se no escalão sénior ao assumir a equipa do FC Pampilhosa, tendo terminado em 4º lugar no Campeonato SABSEG da AF Aveiro.

Os momentos de jogo: a defesa 

Pressupostos:
Adversário com a posse de bola;
Tarefa coletiva; Preferencialmente método zonal (pressionante);
Organização por linhas (sectores) tendo como principal referência a bola.



Controlo da profundidade defensiva: defender mais baixo pode provocar maior distanciamento entre sectores. Demasiado alto provoca espaço nas costas. Tudo depende da distância a que a última linha joga tendo em conta a bola.


Os momentos de jogo: a defesa 

Objetivos: 
Ter o maior número possível de jogadores atrás da linha da bola;
Criar coberturas defensivas entre a bola e a baliza (bloco compacto);
Ocupação racional do espaço (maior concentração no corredor central);
Recuperar a bola o mais rápido e longe da nossa baliza possível (vertente estratégica);
Comunicação (impulsos/indicadores de pressão); 
Preparar a equipa para atacar. 



Organização defensiva 

Impulsos/Indicadores de pressão

Objetivos:
Visam estabelecer uma comunicação grupal, para que em unidade se pressione de acordo com determinados comportamentos adversários:

Bola descoberta (controlo da profundidade): linha defensiva retira profundidade; equipa controla o portador da bola; jogador mais próximo contenção; restantes sectores ajustam;

Bola coberta: ação coletiva de encurtamento; fechar linhas de passe (interiores e variações de centro de jogo);

Passe para trás: ação coletiva de encurtamento; ajuste de profundidade;

Adversário de costas: elevada pressão sobre o portador da bola;

Bola no ar: elevada pressão sobre o jogador que a irá receber (difícil recepção);

Apoios trocados (paralelos): levada pressão sobre o portador/recetor da bola.



Equilíbrio defensivo

Preparar a equipa para defender.  

Pressupostos: 
A nossa equipa com a posse de bola; Tarefa semi-coletiva (colocação de jogadores (3+2 tampões [imagem]) em zonas estratégicas para reagirem rapidamente à perda da bola; Mentalidade/compromisso (reação forte à perda da bola).



Preparar a equipa para defender.  

Objetivos:
Preparar a equipa para contra-ataques e ataques rápidos adversários (controlando a profundidade, passes verticais e interiores [tampões]);

Retardar/temporizar o ataque da equipa adversária (permitindo a nossa recuperação defensiva) e ao mesmo tempo ser pressionante (impulsos/ indicadores/sinais de pressão: que permitam o ganho de bola em condições mais favoráveis e próximas da baliza adversária).




João Duarte


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Futebol: Como Criar e Treinar um Modelo de Jogo

O texto que se segue é parte transcrita do livro: Futebol Como criar e treinar um modelo de jogo “No mais simples e recôndito sítio onde se joga um jogo de futebol, está escondido um fenómeno complexo de relações e ações. Curioso será perceber que estas relações e ações poluem a perceção e conhecimento possível sobre este mesmo jogo.   Independentemente das caraterísticas do jogo consideramos que é fundamental ter conhecimento sobre a lógica do jogo, os seus princípios estruturais, para através das ferramentas que o treinador tem à sua disposição fazer crescer os homens que jogam.''  António Barbosa esteve esta época ao serviço da equipa sub-23 do FC Famalicão antes de rumar ao CD Trofense. Na formação, treinou no clube onde se encontra actualmente, e também no Vilaverdense F.C. entre outros clubes, batendo vários recordes em diferentes equipas. Na época 2015/2016, venceu ao serviço da Prozis Academy a Série B da 1ª Divisão da AF Braga, subindo de div...

Análise à pesada derrota do FC Porto

Foi um resultado inglório aquele que o FC Porto conheceu na derrota frente ao Liverpool por 4-1, em jogo a contar para a 2ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Apesar dos números, estes não reflectem aquilo que se passou em campo. Foi uma partida muito dividida, onde ambas as equipas foram muita agressivas na pressão sobre os adversários mas que depois não decidiram bem quando tinham a posse de bola. Neste caso, foi claro que a qualidade individual dos jogadores fez a diferença. A equipa comandada por Sérgio Conceição teve várias hipótese de fazer golo, mas por algum pormenor ou má decisão a bola acabava por não entrar na baliza de Alisson. Já o Liverpool foi extremamente eficaz, tendo desperdiçado ainda a ocasião de Mané, que de baliza aberta atirou para fora. Contudo, não foram muitas mais as oportunidades que os ingleses tiveram de marcar a Casillas. Mas lá está, a qualidade individual faz a diferença. Em frente à baliza, não desperdiçaram. Não foram dominadores nem...

Como jogou o Sporting com apenas 10 jogadores?

No sábado, disputou-se na Vila das Aves o encontro entre o Desportivo das Aves e o Sporting, com vitória para o conjunto visitante por 3-1. A particularidade deste jogo foi o facto de a equipa liderada por Keizer se ter visto privada de jogar com 11 jogadores numa fase muito precoce de jogo, visto que Renan recebeu ordem de expulsão ao minuto 5. Deste modo, achei interessante compreender de que forma o treinador holandês fez alinhar os seus jogadores no campo, sabendo que teria de disputar praticamente os 90 minutos em desvantagem numérica. Deste modo, passo a explicar alguns aspetos a considerar da exibição leonina. Organização ofensiva:  Com a saída de Jovane, Keizer decidiu colocar Bruno Fernandes no corredor esquerdo. Assim, no momento ofensivo, o Sporting posicionava-se numa espécie de 4-4-1, com Wendel a ser o jogador mais móvel no corredor central, enquanto que Gudelj jogava mais fixo, de modo a não descompensar a equipa caso houvesse uma perda de bola. Destaco sobretud...